A SUPREMACIA DOS CELERADOS

Quando a imagem de uma foto resume todas as respostas…

 

FFAA-Rio

 

Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro

Para quem não entende o porquê do Rio estar no atoleiro em que se encontra, basta ver a imagem…

Não se trata apenas da corrupção, da violência urbana, do tráfico de drogas. Trata-se da lassidão moral de todos os personagens da paisagem carioca. Trata-se da desconexão ética, social e familiar de gerações de tolos levianos criados na cultura do hedonismo. Trata-se da estética da malandragem e do ódio militante contra o trabalho, a humildade e a honestidade.

A imagem é atemporal. Vale para ontem e vale para hoje. A crítica não faz qualquer diferenciação social. Vale para o celerado da foto, vale para o playboy do posto 9, que costuma fazer o mesmo gesto para a mesma autoridade. Afinal, essa estética da malandragem está disseminada em todas as classes sociais. Ela não discrimina..

O cinismo é a regra na sociedade carioca e o preço dessa escolha está aí, no gesto e nas expressões contidas na imagem da foto.

Mas não é mais um problema regional. Esse cancro já ganhou escala nacional.

A podridão é retroalimentada pela criminalidade em simbiose com uma larga cepa de agentes culturais ideologicamente contaminados, que replicam o modelo fétido Brasil afora, por meio da radiodifusão, da arte, da educação e da política.

Há razões históricas, antropológicas, e sociais que até explicam a escolha dos celerados. Aliás, todos os malefícios decorrem dessas escolhas.

Há hipócritas que justificam as escolhas vitimizando os celerados. Aliás, há toda uma imensa burocracia que incentiva a hipocrisia a partir do Poder Público, desmotivando o civismo, ridicularizando o patriotismo e substituindo a educação pela cultura torta das incorreções “politicamente corretas”.

O povo brasileiro, em sua imensa, mansa e tristemente pacífica maioria, não escolheu o atoleiro moral. Porém, vota e contribui para a manutenção dos cartórios que legitimam a podridão. Contribui para o atoleiro por não ter alternativas na conjuntura – mas pouco faz para alterar a conjuntura.

Em verdade, a questão sempre foi, é e será conjuntural. Vivemos uma espiral viciosa em direção à entropia – inefável e carregada de “ismos” salvacionistas.

A conclusão é inevitável. Somos todos vítimas da supremacia cultural dos celerados morais, sobretudo porque somos dóceis… e só resolveremos isso se reagirmos, de forma dura e eficaz.

Não há outra saída. Só haverá algum conserto se o aprendizado ocorrer pela dor… pelo sangue e pelo resgate da Justiça.
afpp-97Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB e das Comissões de Política Criminal e Infraestrutura da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB/SP. É Vice-Presidente da Associação Paulista de imprensa – API, Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View.

 

 

 

 

 


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