DEBATE COM DESESPERADO É IGUAL ABRAÇO DE AFOGADO…

Jair Bolsonaro faz bem em evitar a armadilha do debate com o desesperado Fernando Haddad

 

Jair Bolsonaro rebate Fernando Haddad e anuncia que não irá aos debates - foto: Ricardo Moraes - Reuters

Jair Bolsonaro rebate Fernando Haddad e anuncia que não irá aos debates – foto: Ricardo Moraes – Reuters

 

Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro*

“NÃO SE DEBATE COM DESESPERADOS”

Essa é uma sábia lição que nosso instinto democrático insiste em esquecer. Mas é preciso sopesá-la sempre, sob pena nos expormos a um inimigo nada democrático… em prejuízo da própria democracia.

Dou um exemplo pessoal:

Outro dia, em um grupo climático no Facebook, tive o desprazer de cair na armadilha. Ao postar um manifesto em favor de Bolsonaro, fui “trollado” agressivamente e, ao tentar argumentar, passei a ser achincalhado por uma “ilustre” desconhecida, com ofensas a nível pessoal, para surpresa de colegas respeitáveis (que se solidarizaram particularmente comigo) e para deleite de uma plateia anônima de babões e baratas de academia, que nunca acrescentaram um centímetro na literatura que importa no campo da disciplina ou na implementação do direito ambiental e, hoje, sentem-se ameaçados pela natural aversão de Bolsonaro ao ativismo ambientalista. Em suma, estava tentando argumentar no campo do inimigo. Percebi, no entanto, que a “troll” sabia muito mais de mim, que dela mesma. Ou seja, havia encontrado uma oportunidade de “emergir”, usando minha súbita presença como boia…

A pergunta dirigida a mim pelos colegas surpresos com o embate dispensável foi sintomaticamente a mesma: “por que cargas d’água você foi debater no campo inimigo? Qual a vantagem de tentar dialogar com quem está determinado a lhe agredir?”

Se para um autoiludido e até então “experimentado” profissional, como eu, a lição foi ainda que tardiamente aprendida, imagine o que essa lição custaria para um candidato a Presidente da República, em meio a uma campanha polarizada, e na boca de ser eleito, como é o caso de Jair Messias Bolsonaro.

Bolsonaro não deve ceder à pressão da mídia amestrada. É bobagem ir ao campo do inimigo.

A história aponta para a justeza estratégica dessa escolha. FHC fez o mesmo, Lula também.

De fato, quem está na dianteira não deve se expor ao desespero do derrotado. Abrir-se a um debate nesta circunstância é o mesmo que receber abraço de afogado – com perspectivas funestas para ambos.

Como leciona Sun Tzu, só se trava uma batalha no desespero ou na vitória garantida.

Haddad precisa desesperadamente de confrontar Bolsonaro. Já a recíproca, não é verdadeira. Bolsonaro está em vantagem, não precisa se expor a agressões do adversário ou pegadinhas de jornalistas amestrados. Sim, porque o campo montado para um debate entre os dois candidatos presidenciais seria no interesse do inimigo, jamais do eleitor.

Por outro lado, é cediço que a saúde de Bolsonaro é ainda frágil. Assim, ele deve evitar se deslocar ou se expor em estúdios. Submeter-se a achincalhes no trajeto, ou ser surpreendido em cena, em território inimigo, produzido pela imprensa amestrada.

Bolsonaro não precisa de Haddad. Melhor, portanto, deixar o petista à míngua…
afpp18

*Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB. Vice-Presidente da Associação Paulista de Imprensa – API. É Editor- Chefe do Portal Ambiente Legal, do Mural Eletrônico DAZIBAO e responsável pelo blog The Eagle View.

 

 

 

 

 


Desenvolvido por Jotac