O DIA D – O DIA DA LIBERDADE PARA O OCIDENTE

Um dia para nunca ser esquecido…

 

Foto colorida do desembarque em Omaha (foto US Army archive)

Foto colorida do desembarque em Omaha (foto US Army archive)

 

Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro

6 de Junho de 1944

Operação Overlord e Operação Netuno – nomes que ficarão gravados na memória do mundo livre para toda a história.

Essas operações, e outras secundárias (mas não menos importantes) marcaram o dia 6 de junho de 1944, o dia do resgate do mundo livre na Europa, e da democracia em todo o mundo, o DIA D.

No dia 6 de junho de 1944, cerca de 100 mil soldados, com o apoio de 6 mil navios e 5 mil aviões, desembarcaram na costa da Normandia, França, abrindo uma nova frente de guerra no ocidente, contra os nazistas.

O assalto foi realizado em duas fases: uma aterragem de assalto aéreo de 24 mil britânicos, americanos, canadenses e tropas livres de franceses aerotransportados, pouco depois da meia-noite, e um desembarque anfíbio da infantaria aliada e divisões blindadas na costa da França, com início às 6:30 da manhã.

Fotografia histórica do desembarque sob fogo inimigo - por Robert Capa

Fotografia histórica do desembarque sob fogo inimigo – por Robert Capa

Operações diversionárias, sob os codinomes de Operação Glimmer e Operação Tributável, foram implementadas para distrair as forças alemãs, tirando o foco de suas defesas, das áreas de pouso real dos paraquedistas.

Comandantes, mobilização, emprego, perdas

O Comando de toda a operação estava a cargo do General Americano Dwight D. Eisenhower – comandante supremo das forças aliadas. As forças terrestres foram comandadas pelo General Britânico Bernard Montgomery. As forças navais agiram sob o comando do Almirante britânico Bertram Ramsay e a força aérea foi comandada pelo Marechal do Ar (Air chief marshal) da Real Força Aérea britânica, Trafford Leigh-Mallory. Uma nota especial para o comandante militar que não estava no desembarque… mas estava lá: General George S. Patton, o grande general americano, que “comandou”, por dois meses, até aquele dia, um grupo de exércitos fantasmas, com barracas vazias, tanques de borracha, sinais de rádio falsas… em numero suficiente para manter um forte contingente de “panzers” e tropas alemães, retidos em Calais, sob ordens diretas de Hitler, que acreditava que Patton seria o real comandante da invasão – a ponto de não acreditar que esta estava efetivamente ocorrendo mais ao sul, na Normandia, no próprio dia 6 de junho, mantendo suas forças imobilizadas, na espera da “invasão real” do general americano, até que fosse tarde demais…

As defesas alemãs eram formidáveis, com uma elite de tropas blindadas, trazidas do leste europeu, incluso várias divisões panzers de elite, compostas de fanáticos nazistas – as Waffen SS – sob o comando dos mais respeitados líderes das forças militares germanicas, Marechal Gerd Von Rundstedt e Marechal Erwin Rommel.

Foi a maior invasão anfíbia de todos os tempos, com o desembarque de mais de 160 mil tropas de combate,transportadas por uma frota de 14 200 barcos, protegida por 600 navios e sob a cobertura de milhares de aviões. Uma impressionante artilharia de mar, formada por 1 240 navios de guerra, abriu as baterias contra as formidáveis linhas de defesa alemãs – componentes da “Muralha do Atlântico”.

A manobra aliada contou, ainda, com o apoio operacional de 195.700 integrantes das marinhas navais e mercantes. Soldados e material foram transportados a partir do Reino Unido por aviões carregados de tropas e navios, desembarques de assalto, suporte aéreo, interdição naval do canal da Mancha e fogo naval e de apoio. Os desembarques ocorreram ao longo de um trecho de 80 km na costa da Normandia dividida em cinco setores: Utah, Omaha, Gold, Juno e Sword – locais onde pereceram 37 mil homens e foram feridos ou dados como desaparecidos outros 172 mil soldados aliados. As baixas provocadas nas tropas alemãs foram pesadíssimas: 270 mil soldados mortos, desaparecidos, feridos e capturados.

Paraquedistas descem atrás das linhas alemãs, no Dia D - foto Signal Corps - U.S.Army

Paraquedistas descem atrás das linhas alemãs, no Dia D – foto Signal Corps – U.S.Army

Objetivo estratégico: resgatar a democracia

Mais que uma vitória militar, o Dia D representou a vitória da democracia na II Guerra Mundial. Não houvesse ocorrido, o continente europeu permaneceria submetido a uma batalha territorial entre duas forças totalitárias: o nazismo e o comunismo.

Os comunistas, sob o comando implacável do ditador Stalin, já haviam infligido duas derrotas de importância estratégica ímpar aos nazistas: Stalingrado e Kursk – esta última, responsável por destroçar a capacidade de iniciativa bélica das forças blindadas alemãs.

O caminho para o domínio totalitário comunista sobre a europa submetida ao domínio totalitário nazista, estava, portanto, traçado…

Assim, a única resposta possível das forças democráticas, era abrir a frente ocidental, suplantar a muralha nazista e iniciar uma desesperada corrida em direção ao leste, garantindo a liberdade aos países ocidentais da Europa.

Um dia, portanto, para não ser esquecido.

O dia em que centenas de milhares de seres humanos, arriscaram e sacrificaram suas vidas, ocupando uma praia estrangeira, em prol de uma ideia: a democracia.

O dia em que milhares morreram em defesa de um conceito: a liberdade.

O dia em que a humanidade resgatou, com sangue, sua dignidade.

 

 

afpp-55 (3) - CopiaAntonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB e da Comissão Nacional de Direito Ambiental do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB. É Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View.

 

 

 

 

 

 

 

.


Desenvolvido por Jotac