O DISCURSO DE GLEISI NA AL JAZEERA NÃO É CRIME, É ESTUPIDEZ

Gleisi: militância zumbi movida a mantras... (foto-diário nacional)

Gleisi: militância zumbi movida a mantras… (foto-diário nacional)

 

Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro*
GLEISI HOFFMANN é senadora pelo estado do Paraná e Presidente do Partido dos Trabalhadores – PT.

O líder máximo do partido de Gleisi, o ex-presidente Lula da Silva, foi processado, condenado e encontra-se preso. Cumpre pena por crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O PT foi desalojado do poder federal com o impeachment da presidente reeleita Dilma Rousseff, após regular processamento no Congresso Nacional e julgamento do parlamento sob a presidência do chefe do Poder Judiciário. O lulopetismo deixou um rastro de equívocos econômicos e corrupção.

Nas útimas eleições, municipais, realizadas após o impeachment, o PT foi praticamente varrido do mapa eleitoral. Manteve-se apenas em uma capital, dentre as menos importantes, e elegeu 256 prefeitos no universo de mais de cinco mil prefeituras. Ocupa hoje o 10º lugar dentre os partidos com expressão eleitoral local no Brasil.

As pesquisas mostram que, com exceção do espectro eleitoral do seu líder, Lula da Silva, absolutamente inercial, nenhum outro líder petista se salvará nas eleições estaduais e presidenciais deste ano de 2018. O partido poderá sofrer um massacre histórico, e amargar uma rejeição popular sem precedentes.

Desesperados, frustrados e acossados, os petistas passaram a agir desesperadamente. Fazem-se passar por vítimas de um complô político-institucional tão verdadeiro quanto seria a conduta ilibada de seus líderes…

A doutrina do “golpe” é fenômeno orwelliano da “não verdade”. Porém, os militantes ensimesmados, absortos no transe da negação do desastre, seguem repetindo a mentira na esperança de que se torne “verdade”.

É nesse diapasão estupidificante que a Senadora petista resolveu fazer pronunciamento à Rede Al Jazeera, buscando um alinhamento de sua luta contra a República brasileira com forças estrangeiras, dissimuladas no que ela chamou de “mundo árabe”….

Segundo vários especialistas, incluso a senadora gaúcha Ana Amélia, o pronunciamento de Gleisi para a rede de TV islâmica atentou contra as instituições nacionais, desconsiderou a tripartição dos poderes da República e feriu a dignidade do Poder Judiciário. Além de faltar com a verdade, a iniciativa de Gleisi, segundo muitos, feriu a Lei de Segurança Nacional ao “sugerir” mobilização externa de força estrangeira visando hostilizar o País.

A presidente do PT rebateu sua colega de Senado, alegando que a indignação de Ana Amélia representa “desvio de caráter, fruto de ignorância, xenofobia e má-fé com o povo árabe”.

O detalhe sórdido está na confusão do apreço dos líderes petistas – historicamente direcionado aos ditadores árabes, não ao “povo árabe”…

Ademais, o “mundo árabe” alcançado pela Rede Al Jazeera deve estar se perguntando o que pretendia aquela brasileira de nome “Hoffmann”, quando apareceu na tela desprovida de uma shayla ou hiyab na cabeça… Afinal, Gleisi é alvo de acusações que a tornariam passível de apedrejamento ou chibatadas. Seu líder barbudo, por fim, é um “preso político” do governo liderado por um árabe libanês, de nome Temer…

O que Gleisi fez não configura crime. Apenas revela sua estupidez.

A Constituição Federal, sob a qual e conforme a qual tudo o que Gleisi denunciou como “golpe” se processou regularmente, também protege a conduta da parlamentar, tornando-a inviolável pelo que diz, opina e vota.

Deveria a senadora ser avaliada pelos pares, quanto ao decoro parlamentar, pois escrachou de forma mentirosa todas as instituições da república em pronunciamento para o estrangeiro. Mas, o que se pode esperar de uma casa legislativa presidida por um senador que é flagrado conchavando com petistas em um hotel de Dubai…

Se a Lei da Segurança Nacional houvesse de ser acionada, deveria sê-lo para reprimir os líderes que incitam a massa de militantes de aluguel, que faz passeatas, conspurca a fachada da moradia da chefe do Poder Judiciário, invade prédios públicos e imóveis arrestados pela justiça, destrói repartições, bate panelas em frente da casa de ministros, incomoda moradores, interrompe o tráfego e prejudica o comércio.

Se o império da lei houvesse de prevalecer, deveria punir quem provoca poluição ambiental com lixo espalhado nas vias, pichações e queima de pneus.

A poluição, contudo, é menos infecta que o besteirol ideológico que a gera.

O recalque delirante dos componentes do movimento “Lula Livre” é algo fisiológico. Vomitam um sobre os outros a já mastigada versão do “golpe” e a surrada negação dos delitos imputados ao seu líder, numa espécie de retro-alimentação doutrinária. Também excretam rancores desmesuradamente, canalizando todo tipo de frustração – de “quem matou Marielle” a “o que a
globo fez no verão passado”…

Esse rastejar em público, repetindo mantras, transforma líderes petistas e seguidores movidos a mortadela em verdadeiros “Walking dead” – zumbis em crise de abstinência e sedentos por um conflito que os vitimizem.

Essa militância zumbi vai ao limite da desordem em busca um pretexto, uma desculpa, uma motivação, uma vítima.

A estupidez não é gratuita, é diversionária. Desvia o foco da situação criminal dos protagonistas, em especial da própria senadora.

Não há ilusão. Há busca metódica por um pretexto, e esse pretexto urge.

A militância em prol da estupidez corre contra o tempo, pois o tempo é senhor da razão, e a razão corrói a mentira que a alimenta. Por isso, a necessidade do conflito.

Seus mandantes, contudo, estão apavorados, pois a cada dia que passa, da razão eles se distanciam, da prisão vários deles se aproximam e, próximos da verdade todos nós ficamos.
PS: Para quem não viu, segue a gravação do pronunciamento da Senadora na Al Jazeera:

*Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB e Vice-Presidente da Associação Paulista de Imprensa – API. É Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View.

Postado há 12 hours ago por Antonio Fernando Pinheiro Pedro
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