Relatório de letalidade da ação policial da Ouvidoria, é letal para a imagem da polícia…

Estatísticas unilaterais servem à sociedade como um biquíni: o que revela é sugestivo, o que esconde é essencial…

 

Joel Pen ... com texto de Pinheiro Pedro

Joel Pen … com texto de Pinheiro Pedro

 

Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro*

Novo relatório da ouvidoria das polícias paulistas aponta excessos em 74% das ocorrências policiais que resultaram em morte de civis, no ano de 2017.

A informação seria gravíssima se não estivesse desconsiderando todas as circunstâncias do acirramento ao combate á criminalidade, ocorridas no mesmo período. Um desastre estatístico com pesados efeitos sobre a autoridade policial.

Não é de hoje que isso ocorre, afinal, a ouvidoria das polícias paulistas foi criada, em 1995, durante o governo Mário Covas, justamente como um canal de reclamação da cidadania, sem qualquer filtro, visando confrontar “a verdade dos fatos” com a versão oficial dos mesmos fatos.

O período de criação da ouvidoria era de ascensão do discurso esquerdizóide em prol da vitimização da bandidagem. Era um momento de reação à “violência policial”, mote das campanhas do tucanato paulista, engajado em desmilitarizar a segurança pública e fortemente impressionado com o episódio do chamado “massacre do carandirú”, ocorrido no governo anterior, do PMDB (Fleury).

Para atender a esse reclamo do chamado setor de “defesa dos direitos humanos”, o governador Mario Covas tratou de nomear, para a secretaria, um professor de direito público – José Affonso da Silva, que revelou-se, sem dúvida, o pior secretário de segurança pública da história do universo…

Ao lado deste desastre administrativo, Mario Covas nomeou o estudioso e esforçado Delegado Benedito Mariano – esquerdista notório, para a tal “ouvidoria das polícias”, com a missão de gerar estatísticas unilaterais de denúncias de mau atendimento, abuso de autoridade e letalidade policial nas ocorrências.

A ouvidoria, desde então, se prestou a alimentar o discurso da vitimização da marginalidade, da criminalização da conduta policial, da condenação da sociedade como responsável pela criminalidade da qual é vítima e do desprestígio da ação dos estamentos militarizados da Segurança Pública.

Melhorias ocasionadas pela divulgação dos relatórios da ouvidoria, nesses quase trinta anos de vida? Nenhum.

Aumento de punição de policiais e inibição da ação repressiva da polícia em relação à criminalidade? Absoluto.

Resultados positivos para a população? NADA!

Os fatos ocorridos nessas décadas de administração tucana no estado de São Paulo são notórios: os paulistas tornaram-se reféns da criminalidade. A polícia passou a ser governada por corregedorias e policiada por promotores e defensores públicos. A sociedade civil foi desarmada e os índices de criminalidade explodiram – só encontrando diminuição na medida em que o governo passou, praticamente, a “negociar” com o crime organizado.

Agora, Benedito Mariano retorna à ouvidoria, no governo tucano-socialista de Alckmin-Marcio França. O resultado não poderia ser outro: tacape proselitista descendo na polícia.

Assim, vale o aviso: PRESTEM ATENÇÃO ÀS ENTRELINHAS DO QUE DIZ A OUVIDORIA DAS POLÍCIAS DO GOVERNO PAULISTA!

No relatório sobre letalidade policial, recentemente divulgado, a ouvidoria esmerou-se em fornecer munição aos ideólogos da vitimização do crime – vulgarmente chamados de “defensores dos direitos dos manos”…

SEM OUVIR as corporações policiais, a tal “ouvidoria” só tem ouvidos às reclamações, ignora a crescente criminalidade como razão do aumento da letalidade, atribui a violência urbana à polícia – por definição (pois relata apenas reclamações CONTRA a polícia), desconsidera a impunidade judiciária e pinça exceções tornando-as regra.

A apresentação unilateral do relatório de ouvidoria, sem qualquer ponderação igualmente econometrizada do setor de repressão ao crime, é letal para o relacionamento do Poder Público com a cidadania. Expõe as corporações policiais às entidades engajadas na destruição do Estado, interessadas em desmoralizar o Poder Público e vitimizar marginais.

A quem interessa esse fato? À cidadania é que não é.

Esse tipo de divisão interna dentro do mesmo governo só enfraquece a autoridades. Isso ocorre há anos no governo paulista, e o desastre resultante está aí, a olhos vistos.

Conclusão: governos bananas sucedem-se dando atenção à reclamação engajada da esquina contra a violência policial, enquanto seus dirigentes escondem-se, literalmente, embaixo da mesa, quando chegam ao gabinete relatórios sobre a crescente violência urbana.

Vale a pergunta: É isso que queremos ver transferido à esfera federal?

Notas:
http://www.ssp.sp.gov.br/Estatistica/Estudos.aspx
ftp://ftp.sp.gov.br/ftpouvidoria-policia/Relat2018.pdf

https://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,ouvidoria-ve-excessos-em-74-das-ocorrencias-de-letalidade-policial-em-sao-paulo,70002448414

#ouvidoriadepoliciaquenaoouveninguem #direitosdosmanos #republicadosbananasassassinos

afpp18Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB. Vice-Presidente da Associação Paulista de Imprensa – API, é Editor – Chefe do Portal Ambiente Legal, do Mural Eletrônico DAZIBAO e responsável pelo blog The Eagle View.

 

 

 

 

 


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