Rocinha

De novo o Rio de Janeiro! De novo o Crime Organizado! De novo o Exército! De novo a Imprensa! De novo o Judiciário! De novo nada vai mudar! A propósito: cadê o Amarildo?

 

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Por Cel João Carlos Pelissari*

Há dez dias, na virada de domingo (17) para segunda-feira, 18 de setembro, o país acordou estarrecido com as imagens da Guerra na Rocinha, maior favela da Cidade do Rio de Janeiro.

Rapidamente buscavam-se informações do que realmente estava acontecendo e as imagens de corpos mortos com suas cabeças e membros desfigurados por tiros de fuzil, corpos queimados, corpos queimando ainda vivos inundaram as Redes Sociais. Quanto mais o tempo avançava, mais estarrecedor o quadro ia ficando; mais surreal tudo se tornava e o medo de que a Síria era aqui foi fazendo as autoridades se coçarem e, mais uma vez, o que deveria ser a atitude constitucional e correta a ser adotada pelo Presidente foi negligenciada e mandaram o Exército de novo para atuar sem a mínima garantia jurídica.

Nestas circunstâncias ele só pode fazer o que está fazendo: apoiando as Polícias Militar e Civil.

Agora já sabemos que tudo se deve a um racha na Facção ADA – Amigos dos Amigos, e uma oportunidade do lugar-tenente do traficante Nem, um tal Rogério 157, tomar o lugar do chefe.

157¹ – apelido sugestivo – aliou-se para sua empreitada ao Comando Vermelho – CV, outra facção rival no final da semana passada, mas desta vez o Exército mandou seus profissionais das Operações Especiais e Aeromóvel; por isso viralizou nas Redes Sociais o desembarque por helicóptero das Forças Especiais no Alto da Gávea, pois todas as favelas do Rio são interligadas pelo Maciço da

Floresta da Tijuca, refúgio e rotas de fuga e de suprimento para os traficantes.

Neste momento o tal 157 está cercado na mata pelas tropas especiais e tenta, sem sucesso, propor um termo de rendição.

Não precisou nem de dois dias e a imprensa brasileira, voluntariosa, já publicava artigos sobre a insegurança dos moradores da Rocinha com a presença das Forças Armadas e das Polícias na favela.

Quer dizer que antes estavam seguros, sendo mortos aos borbotões por balas perdidas e chacinas indiscriminadas. Agora, segundo mais uma vez esta mesma imprensa, mais de 3.000 alunos estavam sem aulas nas escolas e tal. E antes? Estava tudo bem? As escolas estavam funcionando? Poucos dias antes da Guerra na Rocinha, a imprensa e os “ativistas” e ONGs e todos os maconheiros travestidos de jornalistas e artistas, estavam buscando impedir a ação da Polícia em outras favelas; e usando como argumento as escolas fechadas.

 

 

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Pois foi só o estado tomar o controle da Rocinha e voltou o discurso panfletário pró-tráfico dos maconheiros que nas horas vagas são jornalistas, ativistas e “ongueiros”. Chego a ter a nítida impressão que toda essa corja é bancada a soldo pelos traficantes. Só pode ser!

Ainda no final da semana, em 22 deste setembro, tive acesso a um texto cuja primeira parte dele descobri ser de uma página do Facebook chamada Alerta Botafogo, que quem quiser poderá acessar no link posto, mas que vou transcrever:

“Assim como a mídia, você está horrorizado com as cenas de guerra entre traficantes na Rocinha? Assim como a imprensa, você acha que a Polícia não fez nada para impedir tal guerra?

Então deixa eu explicar, rapidão, o que está acontecendo lá.

O traficante Nem, líder do tráfico na favela da Rocinha, determinou que Rogério 157, seu sucessor no comando do tráfico, entregasse a chefia da comunidade ao traficante Perninha. Rogério 157 não acatou a ordem do Chefe e começou uma matança de apoiadores do

Nem, o que gerou um recha dentro da facção Amigos dos Amigos (ADA) na comunidade. O que se seguiu foi o início da guerra que todos viram na TV e em vídeos de Whatsapp.

Agora eu pergunto: O que tem em comum, além de pertencerem à mesma facção, os três traficantes protagonistas dessa guerra?

TODOS JÁ FORAM PRESOS PELA POLÍCIA MILITAR DO RIO DE JANEIRO.

Rogério 157 e Perninha foram presos em 2010, com mais 8 comparsas, após invadirem o Hotel Intercontinental armados com fuzis.

Em 2012 foram postos em liberdade pela decisão de um certo desembargador, que no seu despacho, alegou que eles não ofereciam perigo à sociedade. Pasmem, 10 homens armados com 10 fuzis que invadem um hotel e fazem hóspedes reféns em São Conrado, são considerados inofensivos pela “justiça” do Rio de Janeiro.

Nem, preso em 2011, quando tentava fugir da Rocinha, então ocupada pela Polícia, segue preso até hoje e de dentro da cadeia, continua comandando o tráfico de drogas na comunidade.

E aí? Será que o problema da violência no Rio de Janeiro é a falta de ação da Polícia Militar?

O que aconteceu ontem exprime perfeitamente os motivos pelos quais o Rio de Janeiro se encontra em convulsão social. É a Polícia trabalhando e todo o mundo remando contra.

Quem são nossos inimigos? De que lado você está?”

Quem assina é Bruno Marques.

Essa postagem foi feita em 20 de setembro.

Dois dias depois o G1, da toda poderosa Globo, publica em seu site a matéria confirmando a postagem do Alerta Botafogo.

Ver matéria aqui.

Nela tem o dito desembargador que soltou não só a cúpula da quadrilha de Nem, mas também sua mulher, Danúbia Rangel, que agora está foragida, mas anda fazendo selfies com Juliana Paes, a Bibi Perigosa da novela!

Como são verdadeiras as palavras da postagem do Alerta Botafogo!

E como disse a jornalista e âncora do Jornal Globo News Edição das 18h, Leilane Neubarth, “assim fica difícil”.

Sugiro assistirem a este vídeo com a análise de Carlos Andreazza sobre os fatos na Rocinha.

A propósito: Onde está Amarildo?

 

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¹ 157 é o artigo do Código Penal Brasileiro para o crime de roubo.

 

Fonte: http://coronelpmpelissari.blogspot.com.br/2017/09/rocinha.html

 

cel-pelissari*João Carlos Pelissari é Coronel da Reserva da Polícia Militar do Estado de São Paulo e Doutor em Segurança Pública. Formado em Direito, é Membro Consultivo da Comissão de Direito Militar da OAB/SP.

 

 

 

 

 


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