Virada Sustentável
Por Danielle Denny
São Paulo antecipou comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente com a segunda edição da Virada Sustentável
A temática da sustentabilidade foi objeto de cerca de 600 atividades culturais, lúdicas e educativas, em mais de 120 espaços e parques da capital paulista, nos dias 2 e 3 de junho de 2012. Teve como objetivo ampliar a informação sobre biodiversidade, água, mudanças climáticas, mobilidade urbana, consumo consciente, qualidade de vida e cidadania.
Todas as atrações foram gratuitas, houve exposições, filmes, oficinas, workshops, peças de teatro e shows de música, sempre com conteúdo ligado aos temas da sustentabilidade. No primeiro dia, as atividades aconteceram das 8h às 24h e no segundo, das 8h às 20h.
É muito difícil estimar o número de participantes efetivos, pois a maioria das atividades foi feita em lugares abertos, mas calcula-se que mais de 500 mil pessoas entraram em contado de alguma forma com as diversas atividades, nem que seja de forma inesperada, em uma visita regular de final de semana a um parque, praça ou centro cultural, por exemplo.
A Virada é uma mobilização espontânea da sociedade, com um grande contingente de voluntários coordenado por uma equipe de organização que segue a linha diretiva do Conselho Curador, constituído por 16 profissionais reconhecidos na área de sustentabilidade, com atuação em diferentes setores da sociedade.
Oficinas de artesanato com participação de alunos da rede pública
No Parque do Ibirapuera houve uma grande variedade de atrações, centradas principalmente no público infantil, com destaque para jogos, instalações lúdicas, distribuição de livros infantis e exibição do filme Quebrando o Tabu e da peça Mudanças Climáticas.
Na feira de expositores, um grande número de entidades mostrou suas propostas sustentáveis. Joni Prado do projeto “Eu faço a diferença no mundo” trouxe malhas feitas de garrafas PET. Para ele o preço ainda é o um grande empecilho, mas não chega a ser impeditivo. “Uma camiseta com estampa custa em média R$35,00”. A entidade calcula que as peças de vestuário que comercializa retiram 10 milhões de garrafas do meio ambiente a cada 05 anos.
Outro destaque foi o curso de gestão ambiental da FMU Vergueiro, que trouxe um modelo de telhado verde e de um aquecedor de água feito com garrafas PET e embalagens longa vida. Eli Ramos, estudante do segundo semestre e expositor dos projetos aponta: “solução há, falta fazer”. O telhado verde além de deixar a cidade com um clima mais ameno serve para reduzir as enchentes. E o aquecedor parece ser um meio barato para reduzir o consumo de energia elétrica.
Na Praça da Paz, um dos curadores do evento, o artista Eduardo Srur, instalou um labirinto de lixo, que apesar de imenso corresponde a apenas 0,03% do lixo reciclável produzido pela cidade de São Paulo em um dia. Mais de duzentos fardos prensados de diversos materiais como, garrafas PET, plástico, embalagens, alumínio e tetrapack, formaram as paredes da instalação que foi complementada com alguns espelhos para ampliar o clima labiríntico.
A Virada repercutiu na Semana do Menu Sustentável, até 10 de junho, com 27 restaurantes da capital paulista desafiados a oferecer cardápios em que a sustentabilidade tenha sido a inspiração, servindo pratos no estilo de cada uma das casas que participam do evento, mas com produtos de origem 100% orgânica, sem desperdício de alimentos e com a redução de resíduos descartados.
